Repensando Aqui

Imponente e imperceptível

JeEH Alves

"Quando o segundo sol chegar

p/ realinhar as órbitas dos planetas..."

Verso bonito. Canção famosa. E veio a me ocorrer algum tempo depois de uma visão linda que durou poucos minutos e surtiu efeitos por horas.

O Sol. Como é mesmo que nós passamos o dia inteiro sendo iluminados por ele, recebendo calor que nos mantêm vivos e sequer olhamos para o alto e nos damos conta dele?

Ele anuncia a chegada de um novo dia e se despede tão calado quanto surge a fim de dar lugar a lua... Até ele imponente se faz humilde e se põe.

Bom, vou parar de enrolar. Eu ia escrever outra coisa. O foco ia ser outro mas acabei me empolgando (o que aliás acontece sempre que escrevo sobre alguma coisa que me chama atenção e me deixa curiosa). Às vezes creio ser esse um defeito enorme, mas não quero aqui me importar com convenções, já que aqui o espaço é livre (é meu. uhu!)

Enfim... o Sol. Era dele que eu falava. Hoje me permiti fitá-lo bem quando ele se punha e até me arrisquei a tentar decifrá-lo. Ele parecia maior que de costume, eu juro! Estava preenchido por um laranja irradiante que se decompunha em um degrade que nenhuma pincelada seria capaz de reproduzir. Queria tirar uma foto. Nunca tinha visto o Sol tão lindo.

Aquele laranja conseguiu preencher o fim da tarde e dar ânimo p/ o início da noite. Acredito que esta tardou até um pouco mais a se anunciar. Pode parecer que estou pirando na batatinha mas acredito mesmo que o dia durou um pouco mais.

O Sol se pôs majestoso embora quando próximo à linha do horizonte tenha resolvido não sei por que, se esconder atrás de uma nuvenzinha. Ainda assim fragmentos seus eram visíveis - entre as brechas da nuvem e outros pedaços seus deixavam-se ver no contorno dela. E assim ele se foi, deixando a sua luz e mesmo que ninguém o tenha notado ou mencionado ele, ele esteve ali durante todo o dia. Sentimos a sua presença, bendizemos ou reclamamos da sua intensidade e usufruimos dos seus benefícios.

Amanhã ele certamente voltará, dando a luz de sua graça mesmo que ninguém lhe dê importância ou aprecie o espetáculo que ele proporciona ao se pôr. A natureza nos dá as mais belas lições sem pronunciar nenhuma palavra. É uma pena que não tenhamos sensibilidade de ouvir o que não é dito sonoramente e nem pronunciado por voz humana.

"Mas é claro q o Sol vai voltar amanhã...

mais uma vez

Eu sei" (R. Russo)

ele certamente vai voltar e eu vou indo. Gostei tanto desse texto ensolarado...

Um pouco de luz não faz mal.

JeEH Alves