
Música - mundo de legados e ligados
JEeh Alves
Nas paradas de sucesso o que mais toca hoje são as músicas que fazem o corpo saculejar e não as que sacodem a cabeça, balançam os neurônios e dão ritmo aos pensamentos. Uma mudança completa em diversos hábitos e âmbitos reconfigurou os estilos e os gostos musicais à toda. A incrível revolução que se deu a partir do momento em que os recursos tecnológicos - como um verdadeiro polvo cheio de tentáculos abraçou o mundo - não podería deixar de intervir nesse processo e dar nova feição ao mundo da música. Quem quer ser pop?
Internet, computação, softwares invadiram os vários mundos do mundo. O mundo da música não ficaria de fora dessa, é claro. Mixando aqui, misturando ali, editando aqui se faz um hit que amanhã cai na rede. Aí é só pegar uma câmera. juntar disposição, uns amigos loucos e reunir num espaço que se grava um clipe e vai repassando. Cada recomendação, um clique e por fim um novo acesso e novos comentários. Daqui a pouco todo mundo já conhece o hit e você poderá aproveitar bons quinze minutos de fama. O sucesso em décadas anteriores não era alcançado assim e o público parecia bem mais criterioso quanto ao que via, ouvia e dançava - talvez por isso o sucesso rendesse bem mais que quinze minutos e muitas das músicas dessas épocas tenham ficado imortalizadas e tenham servido de referência para muitos. Você pode até não curtir muito mas em alguma ocasião já deve ter parado pra pensar na geração coca cola de Renato Russo, em sozinho - Caetano Veloso, Exagerado de Cazuza e tantos outros que deixaram bem mais que letras, verdadeiros legados... No seu pc quem sabe em alguma pasta possa ser encontrado num tímido link de mp3 algumas outras feras de mpb às quais você recorre quando o tunz tuntz já dói o ouvido.
Certo é que artistas de épocas anteriores tinham características que revelavam o pensamento de suas épocas, devidamente reconhecido e aceito pelos seus fãs, que viam nas letras o reflexo das idéias que compartilhavam, vinculadas à imagem do artista e das bandas. Imagem, aliás, é um ponto fortíssimo hoje. Não dizem que ela vale mais que mil palavras? Pois é... hoje em dia isso é levado à risca. Mais vale a imagem que certa banda ou artista tem que as letras de suas "composições". Muitas músicas hoje, conseguem a proeza de alcançar a marca de 4 minutos repetindo diversas vezes uma mesma frase - essa serve de refrão e corpo da música.
Discutir gosto musical e letras de músicas de fato não é o intuito dessa postagem. Afinal, gosto é algo super subjetivo. Porém cabe aqui um pouco dessa abordagem acerca do mundo música, hoje super repaginado por uma série de fatores. Daqui a cinquenta anos, quem sabe caiba a lembrança do que é produzido hoje nos bilhões de bits ou outras unidades de medida que cabem nas páginas da rede e na memória de todos.
Jéssica, eu concordo contigo sobre isso de ter muitas músicas enlatadas por aí. A verdade é que a cultura musical aproveitável é que não é divulgada, e por isso muita gente acha as músicas boas de verdade chatas ou muito complicadas.
ResponderExcluir:(
Eu acho que a música é a mais democrática das artes. Uma boa música é ouvida simplesmente.
ResponderExcluirExcelente blog.
Acesse notasjudiciosas.wordpress.com
Excelente! gostei muito do post. A música é um veículo incrível de propagação de ideias. Não que eu defenda a extinção desses 'enlatados', como a Mary os chamou, mas sou a favor da popularização da música que traga bons conteúdos no seu bojo.
ResponderExcluirParabéns pelo post.