A semana em questão coloriu de vermelho os pixels dos anúncios publicitários da internet, aguçou a criatividade das vinhetas de lojas, resgatou aquelas músicas estilo romântico-fossa e trouxe coraçõezinhos muito vermelhos e bem contornados para todas as vitrines... É. Eu estou falando do dia 12. Nunca se preocuparam tanto com os seus sentimentos, leitor. Aliás, nunca se preocuparam tanto com o seu coração. Bom, no fundo a gente sabe que essa data – como tantas outras do calendário – foi criada para alimentar o comércio., mas já que comecei a falar no assunto, vou esticar um pouco e me arriscar a satirizar..
Imaginei Camões indo ao médico, um clínico geral.
Acomodando-se na cadeira do consultório, a típica pergunta do médico ao paciente:
- O que você está sentindo?
- Doutor, uma série de sintomas tem me atormentado. Pensei em infectologista, imunologista, neurologista, mas não sei. Gostaria que o senhor me encaminhasse ao especialista mais indicado.
- Sou todo ouvidos. Preciso saber os seus sintomas.
- O que eu sinto é um fogo que arde sem se ver, uma ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer, é um andar solitário entre a gente, é nunca contentar-se de contente, é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade, é servir a quem vence o vencedor, é ter com quem nos mata lealdade
O doutor perplexo, ouviu atenciosamente a fala de Camões e ao término da descrição permaneceu dois minutos concentrado, deixando escapar apenas expressões faciais enigmáticas. Quando então esboçou reação que parecia acabar com a aflição de Camões e revelar o problema, apenas disse:
- Gostaria de falar com o acompanhante ou familiar que te trouxe aqui.
Entrando o acompanhante, o médico disse:
- Recomendo que procure um psiquiatra. Conheço um muito bom...
Não sou anti-romântica e nem quero desvalorizar Camões, amigos, mas já que repensar as coisas e o sentido de algumas delas é uma das funções desse blog, achei que caberia aqui um pouco dessa reflexão. Mediante os “sintomas” mencionados por Camões num consultório, o diagnóstico e o encaminhamento do doutor não parecem tão absurdos, concordam?
Loucura ou amor? Parece não haver muita diferença. Dizem até que os dois se conhecem ha muito tempo e andam sempre juntos.Brincadeira a parte, não sou especialista no assunto mas sei que não é preciso muito para saber que o sentimento usado como pretexto para a movimentação do comércio nesse período é bem complexo e jamais se restringiria a um laudo médico. Ainda que fosse de um psiquiatra. Kkkk.
siim, mas no geral, sentimentos são confusos. por que nós mesmo somos confusos. Muitos não têm noção do que querem da vida ainda, e assim, se complicam e acabam complicando segundos e terceiros. E não é por que é dia 12/06, mas não acho o amor uma loucura.
ResponderExcluirPois é. "o sentimento usado como pretexto para a movimentação do comércio nesse período é bem complexo e jamais se restringiria a um laudo médico."
ResponderExcluirhah mas ficou excelente seu post ... o amor pode ser uma lúcida loucura hehehehehe mas realmente dia dos namorados o comércio fatura e a hipocrisia me entristece ... mta gente só se lembra de expandir seus sentimentos em datas festivas e comemorativas ... o que deveria ser todos os dias .... bjos queridona
ResponderExcluiroriginal a sua idéia de mesclar um trecho da obra de camões.
ResponderExcluirfoi uma forma de explicá-la em termos práticos.
adorei!
Muito bom, Jéh!
ResponderExcluirNão só o amor é usado para movimentar o comércio, mas muito outros sentimentos e isso deixa alguns de nós tristes e ao mesmo tempo felizes, afinal quem não gosta de receber presentes no dia dos namorados?! Ou ver o sorriso no rosto das mães, mesmo que no fundo ela só quisesse um pouco mais de afeto e repeito?...
rs, Beijo linda...Amei!
muito engraçadoo jeh xD
ResponderExcluirrachei de rii akii
ainda bem que sou vacinada contra esse "mal"
by joh