Pensei: Tomara que não seja mais um representante do país que se considera o umbigo do mundo, querendo olhar o povo de cima pra baixo. A professora em seguida explicou que a aluna estava participando de um programa para americanos de baixa renda que pretendem fazer intercâmbio e que estava aqui para aprender português, enquanto alguém daqui fazia o mesmo por lá, aos cuidados da sua família. Até então isso era uma prévia e a aula seguiu, sem presenças estranhas à nós. A afirmação diminuiu em nada aquela sensação de “vai entrar um bicho exótico na sala daqui a pouco” que era perceptível na turma.
Não tardou para que a aluna viesse para conversar com a gente. Em português bem fluente, para quem havia embarcado aqui a apenas dois meses, respondeu às nossas perguntas, riu um bocado com a gente e pareceu mais brasileira do que muitos que conheço. A cortina se desfez. Percebi que as reações primeiras eram puro preconceito. Impressões minhas. Aversões que não devem ser estendidas, generalizadas e nem aplicadas gratuitamente.
Não devemos amar todos os americanos, colocá-los em pedestais e endeusá-los - como um primo meu se pudesse bem que faria - ,mas também não podemos pré julgar ninguém. Achar que todo americano vai se achar o máximo no Brasil e vai nos olhar com desdém é o mesmo que dizer que o Brasil é sinônimo de bunda e festa, que todo afegão pode explodir uma bomba perto de você a qualquer momento e que os europeus são mais cultos. Bobagens vendidas. Verdades parciais. Certezas que reduzem nossa sensiblidade a nada. Puro desconhecimento. No bom (?) português: pré-conceito, ou preconceito . O que às vezes não faz muita diferença. É. Alguma coisa a gente aprende de vez em quando em sala de aula, né?
Que experiência boa, guria! Queria poder conhecer também algum americano, mas lá na faculdade há só um pessoal de Guiné-Bissau e um rapaz da França. A troca de cultura e conhecimentos é o mais enriquecedor nesses casos, guria!
ResponderExcluirBelo post, adorei.
Um beijo!