"Eu canto em português errado. Acho que o imperfeito não participa do passado" (R.R)

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20 de dezembro de 2009

Como boa legionária (que já fui) me cobrava a algum tempo um post sobre Renato Russo.
Então, vamo lá:

Renato Russo - Um brasileiro
JeEH AlveS

Renato Manfredini Junior (oopa, isso ñ vai ser uma biografia - não se espantem por eu colocar o nome completo), a meu ver foi um dos maiores e melhores compositores do
nosso Brasil varonil - sendo suspeita a autora dessa assertiva (euziinha, fã de carteirinha), serão comprovados os indícios que levam à dita afirmação. Voltando p/ o lance do nome, só estou citando por que poucos conhecem o nome da figura do centro da ilustração acima.
Um cara que tem mais de cem composições próprias (boas, embora muitas das quais ainda pouco conhecidas), que subia no palco e conseguia falar de amor à corrupção, abandono social, desemprego, alienação e fazia a galera embalar suas rotiinas com um pouco mais de criticismo não deve ser tido como mero registro do pop rock e mpb. Rotulado pra caramba na época e ainda hoje, teve por vezes seu trabalho visto como pano de fundo num palco em que buscavam destacar sua vida pessoal. Mas como pouco se envolvia em escândalos, sua carreira foi menos tumultuada que a de outros astros (Cazu, por exemplo).
Na obra de Renato é possível encontrar poesia, sarcasmo, denúncia, romanticismo, reflexão e fúria. Quanto ecleticismo! As músicas que se consagraram, por motivos óbvios foram as mais melódicas e românticas. Uma pena! Uma obra tão grande relegada a tão pouco reconhecimento. Quando falo obra, me refiiro a tudo que ele produziu, não a
o que sai bonitiinho, aparece ajeitadiinho e se consagra rapidinho. A obra dele vai de antes de Aborto elétrico à fase da carreira solo e internacional.
Lembrar a letra das suas músicas de cabo à rabo nem sempre era especialidade dele. E a galera se identificava. Afinal, músicas de 10 minutos de duração sem refrão (faroeste caboclo, por exemplo) exigem memória. Enquanto a galera gostava, a mídia alfinetava. Mas pra que seguir o manual de instrução se o objeto é torto (O Brasil da época)?
Voltando ao lance da crítica social. Renato entendia que por viver em um país tão controverso (principalmente em uma época na qual as coisas não estavam tão coloriidas), subir no palco e apenas fazer a galera se divertir e voltar p/ casa não era o bastante. Houve uma época da carreira dele em que isso ficou bem nítido.
"Ficaremos acordados, imaginando alguma solução, p/ que esse nosso egoísmo não destrua nosso coração!" (Será)
"De onde vem a indiferença temperada a ferro e fogo? Quem guarda os portões da fábriica?
O céu já foi azul, mas agora é cinza. E o que era verde aqui já não existe mais!" (A fábrica)
"Quando nascemos fomos programados a receber o que vocês nos empurraram com os enlatados Dos U.S.A., de nove as seis" (geração COCA-COLA)
"Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar nos sonhos que se tem [...] Quem acredita sempre alcança!" (Mais uma vez)
"Ele queria era falar c/ o presidente p/ ajudar toda essa gente que só faz sofrer." (Faroeste Caboclo)
"Nas favelas, no senado, sujeira p/ todo lado. Ninguém aceita a constituição, mas todos acreditam no futuro da nação." (Que país é esse?)
Mas se você não gosta de crítica, tem o Renato romântico, rock pesado e o internacional, embora ele não tenha deixado de ser BRASILEIRO e impresso essa característica em seu repertório. Se vanguarda é estar a frente do seu tempo, Renato é 100%. Pode ouvir o repertório do cara e se certificar que embora antigas as músicas são atuais.

*Ps.: Com um pouco de (boa) vontade e um óculos de grau dá p/ ler a frase da foto aciima. Citação maara. Pena q o formato da foto era pequeno. :(. Espero que alguém tenha gostado.

2 comentários:

Dá uma olhada

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